OP30: Itaipu leva à conferência experiência pioneira em recuperação da Mata Atlântica


O Viveiro Florestal do Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), responsável pela produção de 300 mil mudas anualmente, recebeu um novo sistema de irrigação, na sexta-feira (4), mais moderno e econômico. O aparelho, instalado pela empresa Hydrossistemas, de Maringá, permite um maior controle sobre os aspersores espalhados pelo viveiro. No mesmo dia, os técnicos do RBV receberam um treinamento sobre a funcionalidade do sistema.

Empresa é referência em infraestrutura verde e já restaurou mais de 73 mil hectares de florestas na região da tríplice fronteira

Na COP30, que será realizada em novembro em Belém (PA), a Itaipu Binacional apresentará ao mundo sua trajetória exemplar de mais de quatro décadas na recuperação de ecossistemas, com foco na regeneração da Mata Atlântica em áreas do Brasil e do Paraguai. A empresa é hoje responsável pela preservação de mais de 100 mil hectares desse bioma, reconhecido como área núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica pela Unesco.

Desde 1979, Itaipu já plantou mais de 24 milhões de árvores nativas, construindo uma das maiores e mais longevas iniciativas de restauração florestal do País. Além das áreas sob sua gestão direta, a ação se estende à bacia do Rio Paraná 3, no Oeste do Paraná, promovendo a restauração de 73 mil hectares e fortalecendo a conectividade ecológica entre unidades de conservação.

“Quando a Itaipu foi implantada, boa parte da margem brasileira já estava ocupada por agropecuária. Foi necessário um trabalho intenso de recuperação da cobertura vegetal para formar o cinturão verde que hoje protege o reservatório”, explica Veridiana da Costa Pereira, engenheira florestal e gerente da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu.

A infraestrutura verde construída ao longo dos anos é essencial para a conservação hídrica, controle de sedimentos e ampliação da vida útil do reservatório — estimada atualmente em 194 anos. Um dos pilares dessa ação é o viveiro no Refúgio Biológico Bela Vista, em Foz do Iguaçu, que produz 350 mil mudas por ano, distribuídas para projetos da própria Itaipu e ações de reflorestamento em municípios do Paraná e Mato Grosso do Sul.

Além da restauração florestal, as áreas protegidas da Itaipu são palco de diversos estudos científicos em parceria com universidades e centros de pesquisa, abordando temas como reprodução de fauna, balanço de carbono, interações ecológicas e conservação da biodiversidade.

“A experiência da Itaipu comprova o nexo entre conservação florestal e segurança hídrica. Cuidar da biodiversidade é uma forma concreta de aumentar a resiliência frente às mudanças climáticas”, afirma o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri.

🌎 Brasil e biodiversidade na COP30

A biodiversidade será um dos eixos centrais da COP30 — a primeira realizada no Brasil e na Amazônia. O país assumiu metas ambiciosas, como o fim do desmatamento até 2030, a regeneração de 12 milhões de hectares via o Planaveg, além do investimento pioneiro de US$ 1 bilhão no Fundo de Florestas Tropicais para Sempre.

A presença de Itaipu na conferência reforça o protagonismo brasileiro na agenda climática global, trazendo exemplos práticos de como a conservação de biomas e a infraestrutura natural são aliadas no combate às mudanças do clima.