Em nosso primeiro encontro MULHERES NA PANDEMIA debatemos com nossas convidadas Elisângela Silva (manicure e podóloga) e Vanina Muraro (psicanalista) o fato de que a Pandemia e a Quarentena dela decorrente (ainda que parcial, no caso do Brasil) desvelou uma rede de cuidados constituída por mulheres a qual sustenta, de forma invisível e sem reconhecimento, a linha de produção de nossa sociedade capitalista. Cuidar da casa e dos filhos ainda hoje é um trabalho fundamental, mas não remunerado e não valorizado, e é exercido principalmente por mulheres. Embora de modo desigual, esse fenômeno está presente nas diversas classes sociais. Nesse segundo encontro, vamos conversar com Sheila Carvalho (advogada) e Joana Waldorf (psicanalista) sobre Mulheres e diversidade sexual. Foi principalmente a partir dos anos 80 que a naturalização da heterossexualidade feminina passou a ser questionado como instituição política (Adrienne Rich). Ainda hoje existe uma forte presença no imaginário social da associação da mulher com a maternidade e o casamento. A partir dos anos 90 a noção de gênero performativo (Judith Butler) trouxa para o movimento feminista o debate a respeito das mulheres trans. Em uma cartilha recém lançada sobre “Abordagem da Violência contra a mulher no contexto da COVID 19” pelo “Grupo de trabalho gênero, sexualidade, diversidade e direitos” da Sociedade Brasileira de Medicina da família e da criança lemos que a maior parte da violência contra mulheres lésbicas, bissexuais e trans acontecem dentro de casa. A rede de contatos e cuidados que muitas vezes faz as vezes da família, nesses casos é fundamental e encontra-se bastante afetada durante o isolamento social. Vamos falar sobre isso? EPISÓDIO 2: Mulheres e diversidade sexual Apresentação: Ana Laura Prates é psicanalista, escritora e editora. Autora, dentre outros, de “Feminilidade e experiência psicanalítica”. Membro da Escola e Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano, pesquisadora da UNICAMP e colunista do Jornal GGN. É mãe de Gabriel e Luiza. Margarete Pedroso é procuradora do Estado. Membro da Comissão de Direitos Humanos OAB-SP e conselheira do Conselho Estadual da Condição Feminina – SP. Mãe de Stéphanie e Caroline. Convidadas: Sheila de Carvalho. Advogada e Coordenadora de Direitos Humanos do Instituto Ethos e da Comissão de Direitos Humanos da OAB. Representante da agenda da década do afrodescendente da ONU no Brasil. Joana Waldorf é psicanalista, co fundadora da Roda(da) Diversidade – psicanálise e vivências LGBTQIA+, professora no Instituto D’Alma, co fundadora e coordenadora do núcleo Psi da Casa Chama, colaboradora do Juventude Prisma –coletivo educacional pró diversidade sexual.
Saiba mais sobre o projeto:
Para a Psicanálise, Mulher não é uma essência ou uma categoria universal. Afinal, como já dizia Simone de Beauvoir, não se nasce mulher, torna-se. Mas isso não impede que existam mulheres e que, em sua multiplicidade, elas possam fazer constelações e redes. Uma palavra que ainda nos soa estranha, sororidade, diz dessa solidariedade entre mulheres, a ser construída e sustentada a partir da diversidade.
Como as diferentes mulheres estão passando pela pandemia da COVID-19? Essa é a pergunta que move essa iniciativa. No Brasil, quase 30 milhões de famílias são chefiadas por mulheres, embora elas sejam, em sua maioria, trabalhadoras informais. Desde o início da quarentena houve um grande aumento de casos de violência doméstica e abusos. A casa, “lugar da mulher” no imaginário da classe média e no senso comum, revela-se o lugar mais perigoso para as mulheres. Por outro lado, a maior parte das pessoas que trabalham na área da saúde são mulheres, muitas delas chefes de família e mães. A pandemia, bem como a necessidade da quarentena, revelou uma rede de cuidados invisível sustentada por mulheres, sem a qual a sociedade não poderia funcionar do modo como estamos acostumados. São mulheres de classes mais favorecidas, que dependem de outras mulheres para trabalhar fora e cuidar de suas carreiras. Essas, por sua vez, para cuidarem das casas e filhos das primeiras precisam das avós, vizinhas ou creches e escolas públicas, com suas cuidadoras e professoras.
O que pensam essas mulheres? Que experiências podem compartilhar? Como podem tornar mais visível essa rede de cuidados, de modo que seja mais valorizada no mundo pós-pandemia? Como as vozes silenciadas das mulheres podem ser escutadas? Como seus corpos, em sua especificidade, estão vivendo esse momento? Como é ser mãe, adolescente, amante durante a pandemia? Como mulheres idosas estão lidando com essa situação? Essas e outras questões serão debatidas com nossas convidadas. Venha participar dessa conversa com a gente! Queremos saber o que estão se virando e o que estão inventando as mulheres na pandemia!
A iniciativa é da Ana Laura Prates, psicanalista, escritora e editora. Autora, dentre outros, de “Feminilidade e experiência psicanalítica”. Membro da Escola e Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano, pesquisadora da UNICAMP e colunista do Jornal GGN. É mãe de Gabriel e Luiza, e da Margarete Pedroso é procuradora do Estado de São Paulo. Membro da Comissão de Direitos Humanos OAB-SP e conselheira do Conselho Estadual da Condição Feminina – SP. Mãe de Stéphanie e Caroline.