MULHERES NA PANDEMIA – EPISÓDIO 16 – MULHERES NA EDUCAÇÃO – 12/09/2020

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MULHERES NA PANDEMIA – EPISÓDIO 16 MULHERES NA EDUCAÇÃO

EPISÓDIO 16 – MULHERES NA EDUCAÇÃOA construção de uma educação para todos no Brasil é um desafio secular. A origem dos direitos fundamentais da criança e adolescente está na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, na subsequente Declaração Universal dos Direitos da Criança e do Adolescente de 1959 e na Convenção Internacional dos Direitos da Criança e do Adolescente de 1989, dentre outros. No Brasil, a Constituição de 1988 garantiu o acesso universal à educação, o que foi formalizado pelo Artigo 53º do ECA, em 1990.Nesse artigo, encontramos que ”A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:I-igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;II-direito de ser respeitado por seus educadores;III-direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;IV-direito de organização e participação em entidades estudantis;V-acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.”Em 1996 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional reafirma que a Educação abrange processos formativos mais amplos que se desenvolvem na vida familiar e na convivência humana junto à sociedade como um todo, em sua dinâmica histórica e cultural. Apesar dos imensos avanços das últimas décadas, entretanto, ainda estamos longe de garantir para nossas crianças o que está escrito na letra da lei. Nos últimos anos, verificamos uma série de retrocessos no que diz respeito à educação pública, enquanto no âmbito privado assistimos a grupos internacionais comprando várias escolas particulares em todo o Brasil. Estamos longe de estar à altura do legado de Paulo Freire autor de “Pedagogia do Oprimido” que é a terceira obra mais citada em trabalhos acadêmicos da área de humanas em todo o mundo e propõe um método de alfabetização dialético.Durante a Pandemia, o abismo entre as classes sociais no tocante à educação revelou-se ainda mais profundo. Enquanto nas classes mais favorecidas o debate se dava em torno dos prejuízos ou não da educação à distância, dos novos desafios pedagógicos do chamado “novo normal” e de como entreter e zelar pela saúde mental de famílias sobrecarregadas em decorrência do confinamento e mães cansadas com jornadas triplas, nas comunidades, periferias e sertões desvelou-se a falta de acesso à era digital, incluindo a falta de internet livre e equipamentos, bem como a necessidade de seguir trabalhando sem ter com quem deixar as crianças. O Brasil, em nenhum momento tomou as medidas necessárias sanitárias, econômicas e pedagógicas para lidar com essas questões, e agora, quando estamos com 130.000 mortos por COVID-19 muitos estados já falam em voltar às aulas. Experiências nessa direção em países da Europa foram alarmantes, em termos de aumento das contaminações, provocando uma segunda onda da Pandemia. No Brasil, setores da sociedade têm defendido que se não há confinamento, as escolas precisam voltar, dado o prolongamento da Pandemia. Não há, entretanto, ainda, nenhum estudo conclusivo sobre os efeitos da COVID-19 em crianças, mas já se observa sintomas e síndromes associadas à contaminação pelo novo coronavírus, e ainda não houve tempo de se estudar possíveis sequelas. Por outro lado, sabe-se que as crianças podem ser vetores de contaminação, mesmo que sejam assintomáticas. Como podemos lidar com esses paradoxos?O Mulheres na Pandemia especial sobre MULHERES NA EDUCAÇÃO de hoje traz a pesquisadora, ROSANE MELO para, com ANA LAURA PRATES receber nossas convidadas:ROSANE MELO é Rosane Melo, Professora e coordenadora do curso de Psicologia da UFRRJ, Professora do PPGPSI da UFRRJ, Membro da EPFCL, Membro da Rede de saúde mental da criança e da Adolescência. Pesquisa: Psicanálise e Educação: articulações entre a escola e os dispositivos clínicos em Saúde mental. Membro do FCL-RJ.MARIA HELENA FELIPE é Servidora Publica Servidora pública há 17 anos na Prefeitura Municipal de São Paulo como Professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental Desde 2014 atua como gestora escolar. É graduada em História e Pedagogia. Psicanalista e membro do Coletivo Psicanálise na Praça Roosevelt. MICHELE RODRIGUES é mãe da Maíra e do Joaquim. Doutoranda em educação. Pesquisadora do Grupo de Educação e Pesquisa em Justiça Curricular, membra da Comissão de Monitoramento do Plano Estadual de Educação em Direitos Humanos.

Posted by Ana Laura Prates on Saturday, September 12, 2020