Mulheres na Pandemia – Episódio 13 – Mulheres com Deficiência – 22/08/2020

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De acordo com dados do IBGE, no Brasil há cerca de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência: visual, auditiva, motora ou intelectual. A acessibilidade, entretanto, está longe de ser uma realidade em nosso país. O Capacitismo, ao contrário, é uma constante na vida das pessoas com deficiência de modo geral. Pouco conhecido inclusive pelos movimentos sociais, o Capacitismo está para as pessoas com deficiência como o machismo para as mulheres e o racismo para os negros e fala sobre a discriminação e o preconceito contra pessoas com deficiência a partir de um padrão de corpo e comportamento considerado normal. Nesse contexto, a situação das mulheres com deficiência merece uma atenção especial, por sofrerem a dupla consequência do machismo e do capacitismo ao mesmo tempo. O trabalho de Garland-Thomson de 2002 aponta para a dificuldade do próprio movimento feminista em integrar as categorias de gênero e deficiência, e propõe um novo marco: os estudos feministas da deficiência. A invisibilidade das mulheres com deficiência é alarmante: seus corpos não correspondem aos padrões estéticos de nossa sociedade, elas não estão incluídas no mercado de trabalho e a falta de acessibilidade torna-as ainda mais vulneráveis às violências sofridas pelas demais mulheres e dificulta a possibilidade de denúncia e pedido de ajuda. Fernanda Shcolnik , integrante do Coletivo Feminista Helen Keller de Mulheres com Deficiência lembra também que muitas mulheres adquirem deficiência após sofrerem violência doméstica, como é o caso da própria Maria da Penha, que dá nome à lei. Em maio de 2020 o Coletivo Feminista Helen Keller lançou um guia especial para mulheres com deficiência no Brasil: MULHERES COM DEFICIÊNCIA: GARANTIA DE DIREITOS PARA EXERCÍCIO DA CIDADANIA. Como a Pandemia tem afetado essas mulheres já tão vulneráveis em nossa sociedade? O Episódio 13 de Mulheres na Pandemia vai conversar com duas mulheres com deficiência: Anna Paula Feminella é técnica em assuntos educacionais da Enap – Escola Nacional de Administração Pública, é integrante do Coletivo Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras com Deficiência e diretora da Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal. Tabém participa do Coletivo de Mulheres com Deficiência do Distrito Federal e da Rede Brasileira de inclusão Rede-In Geórgia Baltieri Bergantin é estudante de Gestão em Recursos Humanos e trabalha na Universidade de Mogi das Cruzes no setor de Vestibular. Participa do grupo Vivendo e Aprendendo do Espaço Mosaico.