Mulheres caigangues acampam no Palácio das Araucárias enquanto a Casa de Passagem Indígena não reabre


Treze mulheres, dez crianças e dois homens estão acampados desde sexta-feira, 10/12/2021, no pátio do Palácio das Araucárias, sede da Secretaria de Justiça do Paraná.

O grupo vive na Reserva Indígena Rio das Cobras, em Nova Laranjeiras, a 328 km de Curitiba, e todo fim de ano vem a Curitiba vender os artesanatos que a aldeia produz. Habituados a ficar na antiga Casa de Passagem Indígena, estão agora ao relento.

Fechada há quase dois anos, a Casa de Passagem abrigava pessoas que vêm de aldeias no interior do Paraná e de Santa Catarina para vender artesanatos pelas ruas e feiras de Curitiba. O local era administrado pela Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS). A coordenadora do acampamento é Jovina Donato de Oliveira, a Renh-ga, líder da Kakané-Porã, aldeia no Campo do Santana que organiza o grupo. Ela explica que as pessoas pedem pela reabertura da Casa de Passagem e que tiveram uma reunião com o Secretário de Justiça, Ney Leprevost, na sexta-feira à tarde, e receberam a promessa de que terão um lugar para ficar.

Jovina conta que não receberam ainda nenhuma visita de representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), nem do Ministério Público, e que aguarda ajuda destes órgãos. Por outro lado, disse que as feministas a estão ajudando com doação de comida e roupas. Nesta tarde de domingo, receberam algumas doações de mulheres, como pães, água, máscaras e roupas.

“As mulheres só vão embora de Curitiba quando venderem todo o artesanato”, explica ela, que aguarda uma nova reunião na secretaria de Justiça para esta segunda-feira.

Contato:
Jovina: (43) 99607-9443
Sandra Nodari – jornalista voluntária do grupo: (41) 996905000