Quinto programa da segunda temporada do Movimenta Psicanálise em Entrevista, com o tema: Ensaios Interseccionais ou sobre o amor e terá como convidados: Ivan Hegen, autor de livros em que artes plásticas e literatura dialogam intimamente, tanto no campo da criação (como “Puro Enquanto”, de 2009, publicado com bolsa da Proac) como na teoria (“Clarice e as Fronteiras da Linguagem”, Ed. Benjamin, 2018, baseado em mestrado na USP). Recentemente vem desenvolvendo o que batizou de desinversos, composições em uma zona indefinida entre artes visuais e poesia; e Eleonora Branco, psicanalista, mestre em Filosofia pela PUC-SP, colaborou com a revista semanal Bcoolt por três anos, escrevendo sobre cinema, teatro, arte e literatura – interesses que atravessam seu ofício – fez parte do NUPAS, Núcleo de Psicanálise e Ação Social, coordenando intervenções com crianças na Escola Valentim Gentil, com adolescentes na Escola Martha Figueira Netto da Silva e com agentes de saúde e agentes comunitários do projeto “A gente na rua”, na Instituição Bompar.Apresentação de Priscila Frehse, psicanalista, doutora em psicologia clínica pela USP, mestra em letras pela UFPR. Bailaora nas horas vagas, escritas na vida e aventureira no rádio.Produção de Fernanda Gimenez, Izabel Chimelli, Mônica Nogari Damaceno e Priscila Frehse.
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Em seu último texto “O homem Moisés e a religião monoteísta” Freud investiga e discute as origens e história do judaísmo e de seu mestre Moisés. É do encontro deste texto com o interesse pelo tema do estrangeiro que nasce a pesquisa de Eleonora Branco, psicanalista e filósofa. Assunto de extrema relevância em tempos em que os discursos totalitários têm crescido no Brasil e no mundo, reivindicando uma “pureza” familiar, sexual, racial e um patriotismo que visa tamponar a divisão que é constitucional nos sujeitos. Nesta entrevista, Eleonora conta sobre seu processo de escrita e sua contribuição para o resgate da importância das narrativas, em oposição ao apagamento das histórias dos povos e dos nomes. Comenta sobre a pluralidade nas identificações e na sua própria formação como psicanalista, em que o trabalho de desconstrução é protagonista. E, para finalizar, diz sobre o amor, o feminino como estrangeiro e a localização da alteridade para o sujeito da psicanálise.
No último bloco, o artista plástico e escritor Ivan Hegenberg, inspirado e embasado pela obra de Clarice Lispector, conta sobre a dialética do campo visual com a escrita, que produz impasses e abstrações para além das classificações convencionais, inaugurando um lugar outro para o artista, de uma certa imprecisão rica em elementos estéticos e palavras. Também fala do amor como uma potência capaz de produzir manifestações antagônicas. E, encerrando o programa, divide com o ouvinte as nuances de seu processo criativo e faz um breve relato dos seus livros.
Mônica Nogari Damaceno