Meus ídolos e o Palmeiras


Posso começar o texto dizendo que eu sempre precisei de ídolos. Ou sempre tive alguns ídolos que me fizeram seguir até aqui.

Sou palmeirense desde criança. 90% da minha famiglia é palestrina. Um ou outro que não bate muito bem da cabeça e torce para um time rival.

Depois do videogame, talvez o futebol foi a minha segunda paixão, e logo depois surgiu o rock and roll na minha vida.

E se você misturar o rock and roll com o amor pelo Palmeiras? Aí ferra de vez a cachola.

Eu sempre brinco que me apaixonei primeiro pelas festas que as organizadas faziam no velho Parque Antárctica. Eu era criança e via da numerada (meu pai não gostava de ficar na arquibancada) as faixas, os rojões, as cores verde, branco e vermelho (em homenagem ao Palestra Itália), as bandeiras, os cânticos e a bateria. A bateria mexia muito comigo. Mesmo não gostando muito de samba, eu sempre fiquei fascinado pelo som da bateria. E falava pra mim mesmo: um dia vou estar lá no meio das torcidas.

Outro moleque que cresceu na bateria das organizadas foi um tal de Igor Cavalera. Ele aprendeu a tocar bateria na Mancha Verde. Depois se tornou um dos melhores bateras do metal de todos os tempos, de uma banda chamada Sepultura.

Virei fanático pelo Sepultura. E o mais legal foi descobrir que os irmãos Cavalera eram palmeirenses. E não só aquele mané de dizer que torce para um time (mas não tem a menor ideia quem é que joga no gol) e sim eram fanáticos mesmo, o Iggor (hoje ele colocou dois GG) usava sempre a camisa do time de perdizes em todos os shows, eu disse em todos. O bacana foi descobrir que João Gordo também era. Assim, duas das minhas bandas favoritas pesadas tinham palmeirenses entre seus integrantes.

Em 2018 assisti os irmãos Cavalera em um show aqui em São Paulo. E no final do concerto Max e Iggor apareceram vestidos com as camisas do Palmeiras. Naquele mesmo dia, pensei em fazer uma tatuagem que juntasse o Sepultura com o Palmeiras. No fim, acabei fazendo duas separadas.

Há 20 anos, em 2001 fui assistir Palmeiras x River Plate na extinta Copa Mercosul. Quando estou subindo as escadas do velho estádio, quem eu encontro? Igor Cavalera! O cumprimentei e fiquei feliz da vida. Corta pra 2016: fui trabalhar com os meus amigos do Claustrofobia (o vocalista Marcus também é palmeirense), e para a minha sorte, também consegui conhecer e tirar uma foto com o Max Cavalera. Infelizmente em 2001 não existia smartphone.

Existem outros palmeirenses ilustres que eu admiro: Branco Mello dos Titãs, Mário Bortolotto (nada fanático), Marco Bianchi, Paulo Bonfá, PVC, Mauro Beting, Fernando Galuppo, entre outros.

A timidez me perseguiu a minha vida inteira, mas os meus ídolos e meu time sempre me salvaram.