Vamos tratar de um dos assuntos mais perturbadores da história da humanidade, o antissemitismo está presente na atualidade mais forte do que nunca.
Diante do último conflito Israel-Palestina, vi muitas pessoas das quais eu me relacionava cometendo injúrias contra o povo judeu, sem conhecer o assunto do que se tratava. Até hoje os estereótipos dos judeus serem histéricos, interesseiros, falsos, vaidosos são estereótipos muito similares aos da misoginia e do racismo. Devemos lembrar que Hitler matou 6 milhões de judeus, a ideia do libelo de sangue (alegações antissemitas que acusam os judeus de assassinarem crianças cristãs (ou não judias) para usarem o sangue das vítimas sacrificadas em rituais religiosos) nos pogroms da Bessarábia fizeram com que muitos antepassados vivessem parar aqui. Series de TV como Nada Ortodoxa que trata uma linha específica do chassidismo (corrente de Satner), que é uma das linhas do judaísmo, fazem com que aquilo, que na verdade é uma série seja tomada como verdade e passe a ser uma potência inicial diante aos espectadores, sendo a célula mãe de uma opinião antissemita. Me preocupa a ignorância da esquerda nesse assunto frente a truculência da direita.
(Charge de Carlos Latuf em 07 de Abril de 2017)
Por exemplo, a imagem de Carlos Latuf talvez seja a mais significativa acerca do antissemitismo no Brasil na última década. Adoção de um judeu imaginário, capitalista, branco, armamentista e “cristão”( sobre a perspectiva de uma redução no que diz respeito ao empoderamento cultural) sempre é usada como argumentos para a direita e da esquerda antissemita. A charge em questão, coloca como fantasmas, todos aqueles que estavam protestando na porta da Hebraica contra a candidatura de um nazista para a presidência, foi ali enquanto Bolsonaro, em 2017, se valia da bandeira de Israel (como a esquerda antissemita faz com a bandeira Palestina), que tivemos a primeira manifestação pública contra Jair Bolsonaro e o seu nazismo, feita por judeus na hora certa, que foram abandonados pela esquerda e a opinião pública brasileira naquele momento. Carlos Latuf foi infeliz, porque nessa imagem dá a entender que os campos de concentração eram mecanismos de educação e liberdade, os campos de concentração não eram centros de refinamento cultural.
(Primeira manifestação anti-Bolsonaro em 2017 na Hebraica-RJ)
Quando o antissemitismo não é usado para entender o racismo e a exclusão no século XX, ele é reduzido apenas para uma ideia de recalque, pois não se entende os fenomenos da misoginia e da exclusão social marginalizando o debate sobre o antissemitismo, ou relegando ele apenas ao Holocausto, o holocausto não foi apenas contra judeus, mas também foi contra árabes, LGBTQI+, testemunhas de Jeová, Romanis (ciganos) e etc. Ou seja, segmentos da esquerda no Brasil preferem conversar com Auschwitz do que com o judeu que sobreviveu a Auschwitz, justamente porque aceita a ideia de judeu imaginário que a extrema-direita emana, pessoas que reproduzem charges como essa dizendo coisas do tipo, “não aprenderam nada”, “olha só que povo opressor” e etc. Está se valendo de uma concordância em comum com Bolsonaro, a concordância do judeu imaginário.
Sionismo
O Antissemitismo
Trotsky deu as honras da revolução a Lênin por que em 1917 seria impossível um judeu comandar a Rússia, o fato é que durante todo o período soviético e depois na Federação Russa, até os dias atuais, nenhum judeu comandou o maior país do mundo, nem os Estados Unidos, nem a Alemanha, nem a Inglaterra, nem o Brasil. Dentro dos bancos de alguns centros universitários, pessoas seduzidas pelo judeu Marx até hoje repercutem jargões antissemitas pré-revolução russa, simplesmente porque não compreenderam Karl Marx.
A gente precisa entender acima de tudo, que a única diferença entre um negro e um judeu é que o judeu pode se esconder e o negro não, a única diferença entre um negro e um judeu, é que na maioria das vezes um judeu é branco, logo quando vejo presencio ou sinto hostilidades, tenho certeza de que o mundo não superou o Levante de Lisboa e nem os outros atentados tiveram depois deste.
Para todos e todas um feliz 5783, Shanah Tovah!