Começa nesta segunda-feira (16), em Curitiba, o primeiro Mercado do Cinema Independente (MECI), iniciativa pioneira no Brasil que ocorre em paralelo à 14ª edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. O evento, que segue até o dia 18 de junho, reúne mais de 50 profissionais do setor audiovisual nacional e internacional, promovendo encontros estratégicos entre realizadores, distribuidores, exibidores, canais, plataformas de streaming e agentes de mercado.
Segundo Antonio Gonçalves Jr., diretor do Olhar de Cinema, o MECI surge como um espaço dedicado a fomentar negócios, parcerias e oportunidades para o cinema independente brasileiro. “É o momento ideal de troca e construção de novos caminhos para a indústria cinematográfica independente no país”, afirma.
Entre os nomes confirmados estão figuras de destaque como os cineastas Aly Muritiba e Marcelo Caetano, a curadora do Festival de Berlim, Barbara Wurm, o chefe de estratégias de conteúdo da Disney, Cristiano Lima, e o executivo de aquisição de direitos da Globo, Gabriel Cohen.
Programação diversificada
A programação do MECI inclui painéis, masterclasses, sessões de pitching, estudos de caso e as chamadas “Conversas de Negócios”, que aproximam realizadores de representantes de distribuidoras, canais e produtoras.
Logo no primeiro dia, o debate sobre “Fomento audiovisual” reúne representantes das esferas federal, estadual e municipal. Outros destaques incluem discussões sobre o Fundo Setorial do Audiovisual, a influência da realidade aumentada no cinema, os impactos do streaming, e os critérios de aquisição de conteúdo na indústria.
Entre os painéis mais aguardados estão:
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“Produção e desenvolvimento de conteúdo: fatores de impacto na distribuição e performance de produtos audiovisuais”
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“O cinema e a realidade aumentada: novas formas de imersão audiovisual”
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“O streaming e as novas plataformas no contexto do cenário audiovisual nacional”
As sessões de pitching, que acontecem nos dias 16, 17 e 18 de junho, contam com a participação de 18 projetos brasileiros de longas e séries previamente selecionados. Cada equipe terá a oportunidade de apresentar suas ideias a consultores e executivos do mercado, visando ampliar as chances de financiamento, exibição e internacionalização.
Diálogos sobre mercado e internacionalização
No segundo dia de evento, a programação discute temas como bilheteria de produções nacionais, internacionalização de carreiras no audiovisual, e o papel das Film Commissions no desenvolvimento da indústria cinematográfica. Um dos momentos de destaque é o painel “Conexão Brasil–África”, que propõe novas formas de circulação de obras audiovisuais entre os dois territórios.
Também estão programadas sessões especiais com representantes de festivais internacionais, que irão compartilhar os critérios de curadoria e seleção para produções brasileiras no circuito global.
Cinema brasileiro em pauta
O terceiro e último dia do MECI traz reflexões sobre o futuro da exibição independente, estratégias de engajamento nas redes sociais, o uso de dados na produção e promoção de conteúdos e o debate sobre a regulação do streaming no Brasil.
Além das “Conversas de Negócios”, o público terá acesso à masterclass com o cineasta Aly Muritiba e ao painel “Os percursos do curta ao primeiro longa-metragem”, que encerra a programação com um olhar sobre os desafios enfrentados por novos realizadores.
O MECI consolida-se como um espaço vital para o fortalecimento da cadeia produtiva do audiovisual brasileiro, oferecendo não apenas reflexões, mas também ferramentas práticas para o desenvolvimento de projetos e a expansão do cinema independente.