
o violonista, cantor e compositor lydio roberto
foto: divulgação
pouco antes de cursar minha pós – graduação em fundamentos da música popular brasileira (2002 – 2004) na faculdade de artes do paraná – fap, comprei em vinil o disco “choros e águas” de um cantor e compositor curitibano chamado lydio roberto. sabia apenas que era curitibano e não deixei de ficar impressionada em saber que um artista local havia gravado um disco solo com músicas autorais em plena década de 80. o álbum foi gravado no SIR – laboratório de som e imagem em 1985 e mais tarde vim a saber que o SIR era uma espécie de abbey road para os músicos curitibanos. depois de ouvir, guardei o disco junto a outros artistas locais na minha pequena discografia de músicos da cidade e o esqueci.
sempre fui muito curiosa e na faculdade ficava zanzando de um lado pro outro tentando me enturmar, conversar e aprender o máximo que podia. numa dessas andanças vi uma placa onde estava escrito o nome do lydio – que registrava o fato dele ter sido diretor da faculdade (1995 – 1999). pensei: olha aí, o carinha daquele disco! mas esqueci dele novamente, mesmo por que, ele não constava na minha grade de professores da pós.
numa noite daqueles anos (o curso era a noite) eu fumava um cigarro sozinha no pátio do campus e uma moça muito bonita se aproximou e me disse: fumar faz mal, mas você pode me dar uns tragos desse teu cigarro aí? estendi o cigarro sem dizer nada, ela deu duas ou três tragadas, me devolveu o restante, virou as costas e saiu. essa moça era a cantora cris lemos.
mais tarde ela foi minha professora em um dos módulos da pós e nos tornamos boas amigas, isso fez com que eu a escolhesse como orientadora para minha monografia: a informação rock na música popular brasileira (publicada em livro em 2008). por questões burocráticas ela assinaria como co – orientadora e para minha surpresa o orientador seria o professor lydio roberto (o carinha do disco) e só então, eu soube que ela era casada com ele.
as orientações foram feitas no escritório da cris, que ficava na sua casa, no bairro alto. numa dessas ocasiões ela me convidou pro almoço, era um dia em que o lydio estava por ali e as duas crianças brincavam pela casa. não me lembro ao certo como, mas nesse dia, eu havia levado o disco “choros e águas” pro lydio autografar. conversamos um pouco e ele me deu o CD “estrela guia”, lançado em 1999 – comentou que ali, ele havia regravado a faixa “flor do asfalto” (parceria com gerson fisbein), música que abre o “choros e águas”.
lydio roberto acaba de lançar um vídeo da sua biografia e foi bastante interessante saber um pouco mais sobre esse que é um dos nomes mais importantes para a música feita na terra das araucárias.