Festival Homero traz apresentações de “Ilíada” e “Odisseia” nos palcos da Cia do Abração e Miniauditório do Teatro Guaíra


Série de apresentações contemplam cantos das obras clássicas da mitologia grega, vividos por seis atores e atrizes em setembro e outubro

A Companhia Ilíadahomero de Teatro realiza em Curitiba o Festival Homero, uma celebração às obras clássicas “Ilíada” e “Odisseia”, atribuídas ao renomado autor da mitologia grega, que dá nome ao evento. Durante seis datas nos meses de setembro e outubro, atores e atrizes realizam apresentações individuais dos segmentos que compõem estas obras (conhecidos como cantos), em dois palcos da cidade, com direção de Octavio Camargo.

Fundada em 1999, a companhia realizou a primeira mostra integral dos 24 cantos da Ilíada no Festival de Curitiba em 2016. De lá para cá, outros mini-festivais tem sido apresentados, o mais recente em Fortaleza, no espaço da CAIXA Cultural, no mês de agosto de 2024, com 6 espetáculos diferentes.

Nos dias 20, 21 e 22 de setembro, o festival é realizado na Cia do Abração, onde Leticia Guimarães apresenta o Canto 18 da “Ilíada”, Richard Rebelo traz o Canto 16 da mesma obra e Pedro Inoue interpreta o Canto 13 da “Odisseia”. Na segunda etapa, nos dias 11, 12 e 13 de outubro no Miniauditório do Teatro Guaíra, serão apresentados unicamente cantos da “Ilíada”, por Patricia Reis Braga (Canto 22), Eliane Campelli (Canto 14) e Katia Horn (Canto 13). Os ingressos estão à venda no site do DiskIngressos.

O formato de mini festival foi motivado pela demanda pelas apresentações, que tem crescido bastante, segundo o diretor e fundador da companhia, Octavio Camargo. “Se contarmos todas as praças nos últimos anos, estivemos presentes em cerca de 15 estados do Brasil. É muita coisa. Esse modelo de mini festivais tem se mostrado eficaz e possivelmente teremos outras investidas como esta, na forma de uma série”, afirma.

Considerada a obra fundadora do pensamento ocidental, “Ilíada” se passa durante a Guerra de Troia tendo o herói Aquiles como protagonista, além de diversos outros personagens entre deuses, semideuses e humanos (como, Zeus, Patroclo, Heitor, Vulcano, Juno, Jupiter, entre outros). A iluminação entra como um importante elemento cênico e narrativo para conduzir a história e diferenciar os personagens, e foi concebida por Beto Bruel, um dos maiores e mais premiados iluminadores cênicos do Brasil.

A “Odisseia”, por sua vez, narra a história de Ulisses, que leva mais 17 anos para voltar para casa após sua atuação na Guerra de Troia, passando por muitas aventuras na trajetória. A companhia utiliza as traduções experimentais das obras, feitas por Odorico Mendes, diretamente dos originais em grego.

20/09 (sexta, 20h) – Leticia Guimarães, Ilíada canto 18 – Cia do Abração

O festival tem início na Cia do Abração em 20/09 (sexta, 20h), em que Leticia Guimarães dá vida aos personagens do Canto 18, muito lembrado por descrever o escudo de Aquiles como uma miniatura do mundo na época. Segundo a atriz, atuar na Ilíada é um desafio que se renova a cada apresentação. “É sempre uma peleia. Honra e luta podem resumir minha relação com a Ilíada. Um trabalho heroico que exige uma batalha diária, sempre renovada. É como se estivéssemos escavando camadas de nossa cultura”, afirma a atriz, fundadora da Cia do Abração. “Abarcar o projeto dentro de nossa casa, de nosso espaço cultural, é poder também oportunizar ao nosso público o encontro com um requintado e primoroso trabalho artístico.”

O canto 18 da Ilíada narra o momento em que a notícia da morte de Patroclo chega aos ouvidos de Aquiles. Tétis, a mãe divina do herói, vai até o palácio de Vulcano, o deus artífice do Olimpo, e encomenda novas armas para o seu filho.

21/09 (sabado, 20h) – Richard Rebelo, Ilíada canto 16 – Cia do Abração

No dia seguinte, 21/09 (sábado, 20h), Richard Rebelo se encarrega do canto 16 da Ilíada, que traz ao público uma das façanhas mais bem desenvolvidas da obra, chamada de “Aristéia de Patroclo”. Como Aquiles havia cruzado os braços e se recusado a participar da guerra de Troia, Patroclo, seu melhor amigo, pede suas armas emprestadas para ajudar os gregos no combate. É neste canto que Patroclo duela com Sarpedon, herói semi-divino, filho de Zeus e, ao final, ousa se confrontar com Heitor contrariando a advertencia de Aquiles e acaba sendo morto.

O ator está no projeto desde seu início, e já viajou para se apresentar inclusive na capital do Irã, ao lado do diretor Octavio Camargo. “Lá a gente apresentou o canto 16 da Ilíada no Teatro Imperial de Teerã. E ainda participamos, eu e ele, de uma leitura da ‘Odisseia’ que durou nove horas, em que a obra foi lida em vinte idiomas diferentes”, recorda.

22/09 (domingo, 19h) – Pedro Inoue, Odisséia canto 13 – Cia do Abração

A primeira etapa se encerra em 22/09 (domingo, 19h) desta vez com um segmento da “Odisseia”, o canto 13, por Pedro Inoue. Nesta parte da história Ulisses finalmente retorna para Ítaca, sua terra natal. “Fazer a Odisseia é muito simbólico nesse momento. A gente ensaiou durante a pandemia, um momento em que todo mundo estava retornando, presos nas suas casas, como se fosse uma volta a si mesmo, das coisas essenciais e das redescobertas, que é o que acontece no canto 13”, compara o ator. “Eu me orgulho muito de estar no mais novo canto e também de ser o mais novo de idade no festival.”

No canto 13 da Odisséia Ulisses é transportado pelos Feácios que o deixam numa gruta, enquanto dormia, juntamente com os tesouros que lhe foram ofertados. Ulisses acorda nesta gruta e é surpreendido por Minerva, quando a deusa lhe dá as primeiras instruções de como retomar o governo de sua cidade.

11/10 (sexta, 20h) – Patricia Reis Braga, Ilíada canto 22 – Teatro Guaíra, Miniauditório

O canto 22 da Ilíada narra o duelo final entre Aquiles e Heitor. É certamente um dos episódios mais esperados de todo o poema. Após a morte de Heitor, o destino de Aquiles estará selado. Ao final do canto, temos um belíssimo depoimento de Andrômaca, esposa de Heitor, que fala da crueldade da guerra sob o ponto de vista da mulher e das crianças.

12/10 (sábado, 20h) – Eliane Campelli, Ilíada canto 14 – Teatro Guaíra, Miniauditório

No canto 14 da Iliada, Juno concebe uma artimanha para afastar a atenção de Júpiter do combate e permitir, assim, que outros deuses auxiliem o exército dos gregos a vencer. O plano de Juno é seduzir o marido até os jardins do Gárgaro e colocá-lo para dormir. Neste afã, Juno conta com o auxílio de Vênus e de Hipnos, o deus do sono.

13/10 (domingo, 19h) – Katia Horn, Ilíada canto 13 – Teatro Guaíra, Miniauditório

O canto 13 da Ilíada tem por foco um momento de combate acirrado na Guerra de Troia com baixas numerosas para ambos os lados. Diversos heróis realizam ali suas façanhas, dentre eles Idomeneu e Merion, seu fiel escudeiro, os dois Ajax, Menelau e Toas Andremônio. O deus Netuno interfere no campo de batalha, disfarçado em Calcas Testórides, estimulando os gregos a resistir. É também no canto 13 que o narrador revela aspectos curiosos da religiosidade arcaica como o véu que encobre os mortais e a luta invisível entre Júpiter e Netuno.

Serviço:
Festival Homero

Datas: 20, 21 e 22/09 na Cia do Abração. 11, 12 e 13/10 no Teatro Guaíra – Miniauditório
Horários: Sextas e sábados às 20h. Domingos às 19h
Classificação: 12 anos
Informações: @ciailiadahomero
Disk Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)

Cia do Abração: Rua Paulo Ildefonso Assumpção, 725, Bacacheri
Disk Ingressos | Festival Homero, Cia do Abração

Teatro Guaíra, Miniauditório: Rua Amintas de Barros s/n, Centro
Disk Ingressos | Festival Homero, Teatro Guaíra

Ficha Técnica:

Direção artística: Octavio Camargo
Direção de produção: Giceli Camargo
Elenco: Leticia Guimarães, Richard Rebelo, Pedro Inoue, Patricia Reis Braga, Eliane Campelli e Katia Horn
Iluminação: Beto Bruel
Montagem e operação de luz: Blas Torres
Assessoria de imprensa: Lide Multimídia
Arte gráfica: Marcelo De Angelis, Foca Cruz e Gilson Camargo
Fotografia e documentação: Gilson Camargo