O ator e diretor Edi Botelho, que foi casado por 30 anos com Ney Latorraca, recebeu neste sábado (30) uma homenagem ao grande ator falecido em dezembro de 2024. A cerimônia ocorreu no Festival de Curitiba, onde a sala de imprensa do evento foi batizada com o nome do artista.
Uma trajetória marcada pela irreverência
Durante o evento, Edi Botelho compartilhou histórias sobre a carreira e a personalidade de Ney, incluindo sua audaciosa tentativa, ainda jovem, de substituir Paulo Autran em uma peça de teatro. “O filme marcou minha geração, e eu fiquei pensando como podia fazer uma homenagem a ele. Afinal, quem aqui já não sofreu por amor?”, disse emocionado.
A homenagem incluiu a entrega de uma placa, que destacava a importância de Ney Latorraca para a comunicação e a arte no Brasil. “Sua genialidade, irreverência e paixão pelos palcos marcaram para sempre o teatro brasileiro, deixando um legado que segue atravessando o tempo”, dizia a inscrição.
Memórias e momentos inesquecíveis
Edi relembrou a relação de Ney com o Festival de Curitiba, mencionando as participações do casal em montagens como “Don Juan” (1995) e “Entredentes” (2004), ambas dirigidas por Gerald Thomas. “Ele era um grande e amado amigo e parceiro nosso na vida e no teatro”, comentou.
O crítico de teatro Gilberto Bartolo, presente na cerimônia, também compartilhou lembranças de Ney na icônica montagem de “Hair”, nos anos 1970. “O Ney tinha um humor cínico inigualável. Se ele te elogiava, você podia desconfiar”, brincou.
O defensor das capivaras
A homenagem coincidiu com o aniversário de Curitiba, cidade que adotou a capivara como símbolo informal. Edi revelou que Ney era um defensor desses animais, especialmente na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. “Ele andava ali quase todos os dias e ficava encantado com elas. Quando via alguém jogando pedra, ficava furioso. Ele era um amigo e defensor das capivaras.”
