Entrevista com Gezi Damaceno, presidente do Foz Cataratas – uma análise sobre o futebol feminino pós Copa do Mundo

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Apresentação da equipe 2020. Foto: Juarez Fava/DM Esportes/Portal GDia

Copa do Mundo 2019 – França

A Copa do Mundo de Futebol Feminino em 2019 disputada na França terminou com a equipe dos Estados Unidos campeã. Foi o quarto título conquistado pelas norte-americanas. Elas são as maiores vencedoras dentro do torneio. Nada de novo, visto que, toda vez que ocorre o campeonato, a seleção da América do Norte sempre foi apontada como uma dos favoritas a levantar a taça.

No entanto, afirmar que os resultados da Copa estão voltados somente para dentro de campo, é cometer um baita falha de análise. Temos que relembrar o ativismo político que envolveu todo o torneio, em um momento onde havia uma onde de preconceitos a respeito da posição feminina na sociedade moderna. A Copa do Mundo do ano passado trouxe novas perspectivas para o esporte. Um fio de esperança para que possamos construir uma realidade mais igualitária.

A ideia do texto não é se estender neste aspecto, mas, quis começar desta forma por que falar deste tema, no Brasil, é muito mais difícil do que aparenta ser.

Perspectivas para a temporada 2020

A pandemia do Corona Vírus afetou todos os aspectos sociais. No esporte, ‘campo de cobertura’ do Boletim, as competições, pouco a pouco, foram paralisadas. As medidas tomadas foram com o intuito de proteger a todos de uma catástrofe mundial. O Corona Vírus veio para lembrar que antes de um entretenimento, o esporte também deve preservar a saúde de todos.

No Brasil, diversas Federações de modalidades esportivas foram paralisando seus calendários. No Futebol, o final de semana dos dias (14 e 15/03) marcou a suspensão por um tempo indeterminado das competições nacionais. Neste fim de semana, na modalidade masculina, as equipes disputaram, normalmente, rodadas dos estaduais espalhados pelo Brasil.

No mesmo final de semana, representantes paranaenses entraram em campo para a abertura do Campeonato Brasileiro Série A2 de Futebol Feminino*. 

Como todos sabem, a equipe do Boletim Esportivo tem a missão de trazer a você, leitor, informações sobre o universo esportivo. Por isto, a Rádio Cultura de Curitiba entrevistou o presidente do Clube Atlético Foz Cataratas, Gezi Damaceno Júnior.

Entre muitos assuntos, conversamos sobre a preparação do Foz Cataratas para a temporada 2020, o cenário do Futebol Feminino nacional, a participação da imprensa no contexto geral e enquanto mediadora do debate público a cerca do tema, o papel das confederações e instituições organizadoras do Futebol Feminino.

Obs: a entrevista havia ocorrido antes da abertura do campeonato e da paralisação geral das competições por meio do Corona Vírus.

ENTREVISTA

Rádio Cultura: Você mencionou que o Foz contratou uma nova comissão técnica e irão apresentar todo o projeto nesta sexta*. O que o senhor pode adiantar para mim de nomes e situações que foram mudadas para este ano. Querendo ou não, havia o suporte financeiro do Athletico, que ajudava a manutenção desta equipe. A retirada deste suporte reduziu os investimentos na equipe titular?

Gezi: A comissão técnica é experiente. Com pessoas que trabalham há muito tempo no Futebol Feminino. Quanto as atletas, nós renovamos praticamente com todo o time. De todo o elenco que nós tínhamos o ano passado, saíram somente três atletas. Eu acredito que o projeto será muito bem sucedido este ano e que nós vamos trazer muitas glórias aqui pro time da fronteira.

**A ENTREVISTA FOI REALIZADA NO DIA 02 DE MARÇO. ANTES DE COMEÇAR O CAMPEONATO BRASILEIRO SÉRIE A2

SOBRE A EQUIPE

Na temporada 2020, o Foz Cataratas contratou a técnica Christiane Lessa. Lessa possui bagagem internacional, pois fez carreira nos Estados Unidos e teve passagens pela Europa. Em seu currículo está o detalhe de ter se tornado a primeira mulher a ser auxiliar técnica de um time masculino de futebol na liga norte-americana profissional; o Atlanta Soccer Club.

 

Reprodução

 

No dia 09/03 foram apresentadas as seguintes atletas: Janaína, Carol Carioca, Lauren, Tânia Maranhão, Jaqueline, Esther, Danúbia, Pâmela Dutra, Sissi, Duda, Milene, Marcelly, Pâmela Taborda, Mariah, Jeije, Javasca, Amanda, Mônica, Leandra, Débora, Thainara Maranhão e as goleiras Thainara e Michelle. Entre as novidades, a equipe contratou as americana atletas Mariah e Javasca.

Lessa já havia começado os treinos antes mesmo da apresentação na semana anterior ao jogo de abertura. Na 1ª rodada, antes da paralização, o Foz goleou o Operário-MT pelo placar de 4×0. O jogo aconteceu no Estádio do ABC em Foz do Iguaçú.

CONTINUAÇÃO ENTREVISTA

O que mudou nesse período de uma década de projeto (2010/2020)?

Desde quando Luciano do Valle e Cleiton Lima vieram para Foz do Iguaçu e criaram este projeto, ele é bem sucedido. Ainda nos meados de 2010, Luciano do Valle e Cleiton Lima deixaram o projeto, nós assumimos, junto com outras pessoas que também não fazem mais parte do Foz Cataratas, mas, moram aqui na cidade. Em 2010 o Foz Cataratas, juntou-se com o Foz de Iguaçu, que era o time profissional de Foz. Em 2011, quem passou a ser responsável pelo Foz Cataratas foi a Associação Desportiva Iguaçuense. Uma associação familiar que existia em Foz, do qual, a minha família era detentora. De 2011 até hoje, esse projeto foi gerido por essa associação. Até 2013, os investimentos eram maiores. Tanto é que os resultados vieram nesse período de três anos. Quando em 2013 criou-se o campeonato nacional, o Foz foi o terceiro colocado. De 2014 pra frente, até os dias de hoje, os valores que nós tínhamos para trabalhar passaram a ser inferiores ao que nós tínhamos anteriormente. Mas, mesmo assim, o Foz sempre se manteve. Eu fui treinador em vários anos. Na metade de 2010, até o ano passado, eu sempre estive envolvido na comissão técnica. Então, obtive sucessos, como também, obtive situações de insucesso.

Isto também passa pela questão do rebaixamento, presidente?

O ano passado, inclusive, por vários motivos. Um deles, foi a questão financeira, foi a questão de todo um projeto que necessitava de uma mudança. O qual, nós, neste ano de 2020 realizaremos esta mudança. Sexta-feira vai ser apresentado todo o projeto aqui em Foz do Iguaçu, com novas jogadoras, nova comissão técnica, com tudo.** Com a questão de eu ter sido treinador no ano passado eu fui treinador em vários anos. Mas, o Foz continua firme e forte e com certeza, como posso lhe dizer, o Foz volta a série A1.

**A ENTREVISTA FOI REALIZADA NO DIA 02 DE MARÇO. ANTES DE COMEÇAR O CAMPEONATO BRASILEIRO SÉRIE A2.

Já emendando essa questão do investimento, por que a gente sabe que existe falta de investimento no esporte brasileiro é baixo em todo Brasil. Mas, talvez no futebol isto se sobressaia um pouco, mesmo cientes de que existem vários problemas. Eu queria que você comentasse um pouco desta relação do cenário nacional com o esporte. Isto também é um reflexo no futebol feminino?

Não existem comparações entre o futebol masculino e o futebol feminino. São realidades muito… muito… diferentes. O que acontece é que a crise financeira brasileira atinge a todos. Um grande percentual dos investimentos que existe no futebol feminino são por meio dos resultados obtidos. Quando você tem resultado, você tem investimento. Para você ter ideia, de 2014 para cá, o Foz fez campanhas memoráveis, como também fez campanhas irregulares. Tudo isto contribui. Mas, a crise que o país enfrenta, também proporciona que grandes empresários locais, estaduais e até nacionais que poderiam investir no futebol feminino, procurem investimentos em áreas que tem maior visibilidade. A visibilidade do futebol feminino vem crescendo a partir do ano passado (2019). Houve mais investimento da CBF, houve mais dedicação da mídia. Esse ano, de novo, está melhor. Estamos recuperando esta questão de patrocinadores. Nós, do Foz, estamos trabalhando bastante para isto. Já trouxemos uma comissão técnica experiente, e com todo nosso empenho, buscamos dar um trabalho de retaguarda para que estas pessoas possam desenvolver seu trabalho com tranquilidade dentro de campo. Com este suporte, somado a procura de mais patrocinadores para que possam vir somar ao que já temos hoje. Sua pergunta é muito pertinente, e com certeza faz muito diferença, o momento que o país vive na questão financeira, influência com certeza.

Com o sucesso que foi a Copa do Mundo Feminina 2019 disputada na França, acho que podemos vislumbrar novos futuros com uma perspectiva muito mais otimista em relação ao Futebol Feminino. Não vou entrar no mérito da questão da desigualdade entre homem e mulher, embora ainda esteja envolvido. Vou ficar na questão do esporte e do financeiro, por que é o objetivo e o foco da minha pauta. A Marta deu uma declaração bem forte no final do jogo contra a França. A jogadora direcionou o recado para diversas meninas espalhadas pelo Brasil e afirmou que elas são o futuro do futebol feminino. O senhor, que vive esta realidade há muitos anos e tem conhecimento de causa, sentiu uma mobilização social que houve a partir dessa Copa? Pouco a pouco, o pessoal começou a se engajar mais com o futebol feminino, na prática?

A Copa do Mundo, com certeza, foi muito importante. Com a transmissão dos jogos e a difusão que teve, com certeza este ano já surtiu efeito no cenário nacional. As coisas vão melhorar. É a hora do empresariado acreditar nessa modalidade e passar a investir. Como eu citei anteriormente, são investimentos de uma ordem bem inferior ao que se investe no futebol masculino. Mas, que nós do futebol feminino precisamos muito. Todo e qualquer investimento, seja ele grande ou pequeno no futebol, é muito importante. Então, já está surgindo os reflexos aqui no Brasil, principalmente no eixo Rio-São Paulo e no Rio Grande do Sul. Pois equipes tradicionais do Futebol Brasileiro, estão vindo para o futebol feminino. Eu acredito piamente que teremos uma evolução muito grande.

CBF realmente faz um papel de apoio, benéfico, que ajuda as equipes do futebol feminino a crescerem, a se desenvolverem e a difundirem o esporte. A CBF cumpre seu papel como confederação?

A CBF já nos ajuda muito, nós não podemos ser ingratos. Mas, eu creio que ela tem condições de ajudar muito mais. Nós estamos satisfeitos com o que já existe hoje, por que, há anos atrás isto não existia. A tendência é que da mesma forma que os clubes procuram melhores recursos para se manter, a CBF tinha que procurar aumentar mais as suas diretrizes ao Futebol Feminino. Eu realmente acredito que a CBF já faz muito, no entanto, tinha condições de fazer muito mais. Vamos aguardar a evolução natural das coisas, por que a gente sabe que para a CBF poder investir, tem que se ter apoio de patrocinadores. Então, vamos torcer para que tudo isto aconteça e o Futebol Feminino possa crescer junto com a CBF, as federações e as equipes que estão no cenário nacional e estadual.

Eu moro em Curitiba. É uma cidade bem diferente de Foz. Estamos longe. Uma cidade está numa ponta e a outra, no outro canto. Aqui em Curitiba, temos o Imperial. Um clube que talvez esteja há mais tempo difundindo o futebol feminino aqui na cidade. Agora, também temos o projeto do Athletico, também temos o projeto do Coritiba, embora seja uma parceria com o Toledo. Tudo isto, passa pela questão da obrigatoriedade que os clubes do futebol masculino tem que ter agora com a Fifa, Conmebol, CBF, enfim. O Imperial, se pudesse arriscar, possui “um charme” pelo fato de sempre ter investido nesse esporte. Eu quero saber qual é a relação da cidade de Foz do Iguaçu com a uma equipe tradicional e importante que é o Foz Cataratas.

Na cidade de Foz do Iguaçu, o futebol feminino do Foz Cataratas tem um grande reconhecimento. Na última década foi o esporte que mais trouxe resultados positivos para a cidade. Fomos campeões brasileiros. Atingimos, outros resultados como um vice-campeonato e terceira colocação no nacional. Além disto, disputamos três Libertadores da América, sendo que, em uma ficamos em segundo lugar, e na outra, em terceiro lugar. O Foz Cataratas foi uma equipe que se destacou. Nosso objetivo é fazer com que isto volte a acontecer.

O que o senhor pode falar a respeito do Imperial?

Quanto ao Imperial, eu admiro muito o trabalho da Rosângela, todo o esforço que ela tem aí em Curitiba. É um projeto que está num período de evolução também. Eu vejo que o Imperial está crescendo, ano a ano, e isto é muito importante para o futebol feminino brasileiro.

A respeito de Coritiba e Athletico que também estão entrando nesta modalidade, o senhor tem alguma opinião?

A obrigatoriedade faz com que isso seja necessário. O Coritiba fez uma parceria com o Toledo e irá disputar o Brasileiro também. O Athletico da mesma forma. No ano passado havia a parceria do Athletico com o Foz Cataratas que foi muito boa para ambas as partes. Tivemos a infelicidade do resultado. Este ano, o Athletico veio com uma equipe própria. Acho interessante que surjam mais equipes que possam fazer com o que o Campeonato Paranaense evolua ainda mais. Eu torço muito por eles, por que assim, iremos aumentar a competitividade dentro do próprio estado. Fico muito feliz com o surgimento de novas equipes e vamos aguardar para o desenrolar deste ano para o campeonato estadual.

O senhor mencionou a dupla Atletiba que estão iniciando seus projetos. Há uma diferença entre os dois rivais, é nítido. Mas, eu queria que você falasse em relação ao Foz do Iguaçu. Em 2018, vocês fizeram a parceria com o Coxa. No ano passado, com o Athletico. Em entrevista anteriores, você comentou que a parceria que vocês conseguiram foi executada com muito sucesso, por que, a todo instante vocês tiveram o subsídio das equipes daqui. Então, a pergunta é o seguinte, qual que é o verdadeiro legado que estas equipes deixaram para vocês?

O Foz sempre teve vida própria. Mesmo com as parcerias com o Coxa em 2017/18 e o Athletico em 2019. Ficamos muito felizes com o que houve em ambas as parcerias, achamos que foi satisfatória. Mas, antes disso o Foz sempre caminhou sozinho, e hoje, nós optamos por caminhar sozinhos. Nunca iremos deixar de ouvir propostas, seja ela, de qualquer equipe aqui do estado para que surjam novas parcerias. Mas, no momento nós preferimos caminhar sozinhos para voltar as tradições do Foz Cataratas.

Ano passado, após a copa do mundo, tivemos a troca de técnicos na seleção brasileira. Pia Sundhage é uma técnica estrangeira da Suécia. É renomada e conhecidíssima no mundo afora. Trouxe uma nova maneira para a gente enxergar o futebol e uma esperança para que nós possamos colocar o máximo de qualidade das nossas atletas em campo. Como que você viu esta chegada dela? A Pia Sundhage já provocou mudanças na forma da a gente pensar o Futebol Feminino no Brasil? 

Eu vejo assim, a experiência que existe a nível de seleção brasileira, é válida. O Vadão é uma pessoa super competente. Demonstrou isto nos clubes brasileiros que ele passou. Criticas sempre vão existir, isto é uma coisa natural para quem vive no meio do Futebol. Você tem resultado, é o ‘bambambam’. Se você não tem resultado, as qualidades são postas em dúvidas. Eu acredito que o Vadão, com toda a experiencia que tem, fez um bom trabalho na seleção. Os resultados não são só consequências do trabalho em campo, mas, de vários fatores. Eu acredito que a passagem do Vadão teve a sua importância no cenário nacional. A vinda da Pia, foi uma mudança que naquele momento se fazia necessária. Independente de quem viesse a assumir a seleção brasileira. Por felicidade da seleção e do comando da CBF, trouxeram uma técnica muito experiente e uma técnica que reconhecidíssma a nível mundial, ganhadora de títulos mundiais, ganhadora de olimpíadas. Com certeza, com sua bagagem e experiência, vai trazer muitos frutos para a seleção nacional. No entanto, vamos aguardar. É muito cedo para fazer uma análise mais profunda, embora, eu acredite ‘piamente’ que a Pia (risos), dará conta do recado. Ela já fez algumas renovações, algumas mudanças. O trabalho vai ser atingindo. Espero que isto seja muito bom para o cenário do Futebol Feminino nacional e que ela consiga atingir seus objetivos aqui.

A imprensa tem poder. O poder da comunicação que pode distorcer; transformar; levar; diminuir. Temos que ter muita responsabilidade com isto. Agora, trazendo isto para nossa conversa. Como você avalia a participação da imprensa nesse processo de transformação social, e principalmente, de potencializar o crescimento do futebol feminino como modalidade? Como que a gente, e ai, eu me coloco neste pacote, pode trabalhar em prol do esporte e melhorar as condições do futebol feminino como um todo?

A imprensa tem um papel preponderante no esporte e em todos os ramos da sociedade brasileira. Vejo a imprensa como uma entidade muito útil ao esporte. Quanto ao futebol feminino, gostaria que tivessem mais vivência dentro do nosso universo, embora já existam membros especializados. Mas, a quantidade das pessoas envolvidas tem que ser aumentada para que nós pudéssemos ter uma abrangência maior e assim, realizar coberturas maiores e chegar a todas as cidades, em todos os locais que existem as equipes do futebol feminino. É preponderante que a imprensa esteja apoiando e mostrando para a sociedade em geral que o futebol feminino é um esporte muito abrangente. Que atinge as mais variadas camadas sociais e que as pessoas envolvidas no futebol feminino são batalhadoras que estão procurando fazer com esta modalidade cresça cada vez mais. A imprensa é muito importante, e nós, clube, dependemos disso. Então, eu gostaria que houvesse um envolvimento muito maior do que já existe hoje.

No país, nós temos uma realidade extrema. Da mesma forma, aqui no Paraná, um estado que é grande. Então, queria que fizesse esta análise. O senhor que tem esta vivência nacional e também estadual, para podermos fechar toda esta conversa e bate-papo.

Se antes eu havia comentado sobre a diferença de realidades entre o Futebol Masculino e Feminino, agora, eu afirmo que as realidades dentro do Futebol Feminino, no Brasil, são bem distintas. Com certeza, Sul e Sudeste, e hoje, o Centro-Oeste, tem os times que mais se destacam. Alguns times da região Nordeste já se destacaram. Hoje, a tendência dos estados do Norte e Nordeste é que se desenvolvam muito mais. Os investimentos são diferentes e mesmo assim, a ascendência está muito boa. Você falou do Acre. O Acre é um estado da nossa confederação, longínquo de tudo, mas que já tem o seu representante no campeonato nacional da Série A2. São vivências e experiencias que a CBF está proporcionando a todas as federações de estarem divulgando o Futebol Feminino nos estados. É inegável que diferenças vão existir. O poder financeiro é determinante para isto. Mas, nós sempre temos várias surpresas. Espero que neste ano, na A2 que outras equipes venham se destacar, assim como o Foz Cataratas, para que possamos ter um campeonato muito bom. Espero muito… muito, que isto aconteça e vamos torcer para a evolução do cenário do futebol feminino nacional.

MODO DE DISPUTA – Campeonato Brasileiro Série A2

São 36 equipes divididas em seis chaves de seis times cada. Sendo que estão classificados os clubes da seguinte forma:

  • A-2 os quatro clubes que desceram da A-1 em 2019,
  • os 27 campeões estaduais do ano passado e
  • os cinco clubes melhores posicionados no Ranking Nacional de Clubes Masculino de 2020.

Os jogos da primeira fase serão disputados em turno único e, ao final, os dois melhores colocados e os quatro melhores terceiros avançam à etapa seguinte.

Os confrontos das oitavas de final serão definidos por sorteio a ser realizado na sede da CBF.

As fases eliminatórias serão disputadas em formato de ida e volta, sem o critério do gol qualificado. Portanto, em caso de empate, o classificado será conhecido nos pênaltis. As quatro equipes que chegarem na fase semifinal estarão promovidas para o Brasileirão Feminino A-1 2021.

Times participantes:

Grupo A – Oratório-AP, Ceará-CE, Juventude-MA, ESMAC-PA, Tiradentes-PI e Santos Dumont-SE

Grupo B – Atlético-AC, 3B Sport-AM, Fortaleza-CE, São Francisco-BA, São Valério-TO e Real Ariquemes-RO

Grupo C – UDA-AL, Bahia-BA, Náutico-PE, Auto Esporte-PB, Cruzeiro-RN e Sport-PE

Grupo D – América-MG, SERC-MS, Foz Cataratas-PR, Atlético-GO, Juventus-SP e Operário-MT

Grupo E – Real Brasília-DF, Goiás-GO, Vila Nova-ES, Botafogo-RJ, Vasco da Gama-RJ e Atlético-MG

Grupo F – Napoli-SC, Athletico-PR, Fluminense-RJ, Brasil de Farroupilha-RS, Chapecoense-SC e Toledo/Coritiba-PR

 

Divulgação: CBF