Cartunista transforma batalha contra a esclerose múltipla em documentário que estreia nos cinemas em maio


O documentário “Memórias de um esclerosado”, codirigido por Rafael Corrêa e Thais Fernandes, estreia nos cinemas brasileiros no dia 8 de maio de 2025, trazendo uma narrativa íntima, criativa e bem-humorada sobre a vida do cartunista que, em 2010, foi diagnosticado com esclerose múltipla. A produção mistura realidade, imaginação e quadrinhos para reconstruir a memória de Rafael, em uma jornada que envolve humor, reflexão e um enigmático episódio de infância.

Com exibições já confirmadas em Caxias do Sul (RS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Niterói (RJ), Porto Alegre (RS), Ribeirão Preto (SP) e Rio de Janeiro (RJ) no dia da estreia, o longa também terá sessões especiais em outras cidades: Santa Maria (RS) no dia 10/5, Maceió (AL) no dia 15/5 e Belo Horizonte (MG) no dia 31/5. A programação completa estará disponível no perfil do Instagram @vulcanacinema.

A ideia do filme surgiu da necessidade de Rafael organizar suas memórias diante do avanço da doença. Ao revisitar seu passado, ele recorda o momento em que, ainda criança, matou cruelmente um sapo – esmagando justamente seu lado esquerdo. Anos depois, os sintomas da doença paralisariam sua mão esquerda, com a qual desenha. A coincidência o leva a refletir sobre o que seria um possível karma e dá o tom filosófico e poético do documentário.

Rafael Corrêa, conhecido pelo personagem Artur, o Arteiro, publicado em tirinhas no jornal Zero Hora e no caderno Ilustríssima da Folha de S. Paulo, estreia no cinema não apenas como diretor, mas também como protagonista. “O maior desafio foi transportar minha obra em quadrinhos para o cinema e me colocar como personagem da minha própria história”, relata. A produção reúne filmagens caseiras, fotos, ilustrações e animações criadas a partir de seus desenhos.

A parceria com a documentarista Thais Fernandes, diretora do premiado longa “Portuñol”, foi essencial. “Foram nove anos de realização, contando desde a ideia até o financiamento. Ainda enfrentamos a pandemia, o que exigiu adaptações”, explica Thais. Para ela, o documentário é também um exercício de imaginar novos mundos e formas de existir.

“Memórias de um esclerosado” já conquistou prêmios importantes. No 28º Cine PE, venceu como melhor longa-metragem, nas categorias principal e júri popular, além de prêmios de roteiro, trilha sonora e ator coadjuvante (Rafael Corrêa). No 52º Festival de Cinema de Gramado, também foi reconhecido em roteiro, montagem, desenho de som e trilha musical.

A crítica tem sido unânime em elogiar a sensibilidade da obra. Para Luiz Zanin (Estadão), o filme é “muito bem construído… com senso de humor, ironia e nenhuma autopiedade”. Já Isabela Ferro, do site OGrito!, ressalta que é “um retrato íntimo e pessoal que sabe se conectar com o espectador”.

Com 75 minutos de duração e classificação indicativa de 14 anos, o filme é uma produção da Vulcana Cinema e Cena Expandida, com distribuição da Atelier W Produções Cinematográficas, financiado por Itaú Rumos 2019-2020 e FAC Filma RS.