Até a última sexta-feira (1º), a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) reuniu, com apoio de suas entidades filiadas, informações que poderão embasar medidas do Governo Federal diante do chamado “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos.
A mobilização foi conduzida junto às Associações Comerciais e Empresariais (ACEs) que integram o G50+, um conselho estratégico composto por líderes do sistema associativista com forte presença institucional. O grupo atua no fortalecimento das relações institucionais da , além de fomentar um espaço privilegiado de articulação e networking de alto nível.
As contribuições recebidas serão encaminhadas ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que solicitou oficialmente à Confederação propostas para subsidiar as ações governamentais frente à nova política tarifária norte-americana.
Alerta para os impactos nas pequenas empresas
A nova tarifa de 50% sobre parte dos produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos deve entrar em vigor em 6 de agosto e preocupa especialmente a CACB pelos impactos diretos sobre as micro e pequenas empresas (MPEs). Embora cerca de 40% dos produtos tenham sido poupados da sobretaxa — que originalmente previa um acréscimo de 10% para todos os setores —, a medida penaliza especialmente os negócios de menor porte.
Entre os 694 itens isentos estão produtos dos setores aeronáutico, automotivo, do agronegócio, mineração, energia e eletrônicos, além de mercadorias em trânsito ou devolvidas aos EUA. Ainda assim, a CACB alerta que os efeitos da taxação se espalham por toda a cadeia produtiva.
Mesmo quando não exportam diretamente, muitas micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) atuam como fornecedoras de insumos e serviços para grandes exportadoras afetadas. Para a Confederação, é fundamental que essas empresas estejam no centro das estratégias de apoio do governo federal.
“A pequena empresa não tem condição de buscar um mercado alternativo da noite para o dia. Elas não vão conseguir sobreviver com uma taxação de 50%. Isso pode causar desemprego, porque muitas dessas empresas vão fechar as portas”, alerta Alfredo Cotait, presidente da CACB.
Embora representem apenas 1,2% do volume total exportado pelo Brasil aos Estados Unidos, as MPEs têm papel essencial na geração de empregos e no desenvolvimento local. Cotait reforça:
“O problema dos pequenos é muito mais ligado à subsistência e à empregabilidade.”