Bar O Torto comemora 20 anos com homenagem a Garrincha


O evento terá a presença de duas filhas e uma neta do lendário craque da seleção brasileira, além de um show com a ex-chacrete Rita Cadillac

Na segunda-feira (10), o bar O Torto, que é uma referência no underground curitibano, vai comemorar em grande estilo os 20 anos de vida. Para fazer com que a data seja ainda mais especial, a festa terá a presença de duas filhas do craque Garrincha (que inspirou o nome do estabelecimento): Maria Cecília e Marinete Marques dos Santos.

Em 2023 Garrincha completaria 90 anos de idade – o ano marca também 40 anos de seu falecimento, período em que se consolidou o reconhecimento dele como um dos maiores craques da história do futebol mundial.

“Eu estou na expectativa para conhecer Curitiba e me sinto muito contente por ter sido convidada! Eu fico emocionada à toa, então, só quero ver como será aí!”, diz Maria Cecília.

Além delas, a neta do jogador, Triscila Marques dos Santos, também estará presente na homenagem ao eterno anjo das pernas tortas (um dos apelidos de Garrincha). “A expectativa é de um dia cheio de recordações, alegrias e muita emoção! O Torto é uma relíquia, um lugar místico, cheio de histórias e de encantos”, diz Triscila.

O evento, que é gratuito, será encerrado com uma performance especial da cantora, atriz e dançarina Rita Cadillac.

O bar abrirá às 13h horas e, durante todo o dia, acontecerão pocket shows acústicos com apresentações de artistas curitibanos. Às 20h, é a vez de Rita Cadillac fechar a noite com chave de ouro. O evento será encerrado até 22h, como uma maneira de demonstrar respeito aos moradores da região.

Garrincha, o anjo das pernas tortas – Manuel dos Santos, mais conhecido como Garrincha, nasceu dia 18 de outubro de 1933, no município de Pau Grande, no Rio de Janeiro. No Botafogo, clube pelo qual atuou de 1953 a 1965, ele se consagrou como um ponta direita que tinha uma habilidade absurda e era praticamente imparável. A estreia de Garrincha aconteceu em um jogo contra o Bonsucesso, no Campeonato Carioca de 1953, e foi justamente nessa partida que ele marcou o primeiro gol pelo clube.

No início da carreira Garrincha teve uma grande decepção quando não passou nos testes no Vasco da Gama e no São Cristóvão. A justificativa que motivou as atitudes desses dirigentes se tornou famosa na história do futebol mundial: os dois clubes afirmaram que as pernas tortas e o desvio na coluna lombar do jogador não permitiriam que ele jogasse futebol profissionalmente.

Por isso, Garrincha foi treinar no Botafogo e, no primeiro dia no novo clube, deu uma “caneta” simplesmente no lendário lateral Nilton Santos que, em vez de ficar nervoso com o jovem abusado, fez um pedido para que ele fosse contratado imediatamente.  Desse dia em diante, Garrincha disputou 612 partidas e marcou 245 gols pelo Botafogo, conquistando três Campeonatos Cariocas (57, 61 e 62) e dois Torneios Rio-São Paulo (62 e 64). A glória principal do craque aconteceu com a seleção brasileira da Copa de 58 (quando o Brasil conquistou o primeiro título mundial) e, principalmente, em 1962, quando a seleção canarinho conquistou o bicampeonato mundial no Chile.

Naquele campeonato, Pelé se machucou e Garrincha teve que assumir o protagonismo do time, levando o Brasil a levantar o caneco pela segunda vez consecutiva. Com a camisa do Brasil, Garrincha é dono de uma marca fantástica e praticamente inigualável, pois disputou 61 jogos, marcou 17 gols e perdeu apenas um jogo! Ele ainda jogou por cinco clubes durante a carreira: Corinthians, Portuguesa (RJ), Atlético Júnior (Colômbia), Flamengo e Olaria.

Na vida pessoal, a história de Garrincha é repleta de fatos curiosos e tristes. Ele teve diversos relacionamentos, sendo que o mais conhecido foi com a cantora Elza Soares, e travou uma luta muito contra o alcoolismo durante boa parte da carreira. No fim, aos 49 anos de idade, ele acabou sendo vencido pela doença e morreu no dia 20 de janeiro de 1983, no Rio de Janeiro, vítima de cirrose hepática.

Em 1998, em uma votação que contou com jornalistas do mundo inteiro, o camisa 7 foi um dos escolhidos para integrar a seleção de todos os tempos da FIFA.

O Torto – Inaugurado em 2003 pelo empresário cultural Arlindo Ventura da Silva, o Magrão, O Torto é um dos poucos lugares no Brasil que são dedicados a manter viva a memória e os feitos de Garrincha, pois conta com uma exposição temática permanente composta por mais de 300 fotos do ex-craque do Botafogo e da seleção brasileira.

Todo esse material também já foi exibido em diversos outros locais de Curitiba, entre eles, a Arena da Baixada (do Clube Athletico Paranaense) e a Biblioteca Pública do Paraná.

Nessas duas décadas de vida, o Torto já recebeu shows e visitas de vários artistas ligados ou não ao eterno craque, entre eles, a cantora Elza Soares, as Irmãs Galvão e os cantores Odair José, Fagner e Jerry Adriani.

Em 2008, no ano em que o primeiro título mundial da seleção brasileira completou 50 anos, O Torto promoveu um evento que contou com a presença de um dos filhos de Garrincha, o sueco Ulf Lindberg.

Apesar da admiração que tem pelo anjo das pernas tortas, Magrão afirma que não torce para nenhum time, mas tem simpatia pelo Botafogo e pelo Clube Athletico Paranaense. “Eu gosto de bom futebol”, explica.

Aniversário de 20 anos do bar O Torto

10 de abril – segunda – desde as 13h (às 20h, show de Rita Cadillac).

O Torto

(Rua Paula Gomes, 354, – São Francisco)

Gratuito