Há 15 anos: Atlético confirmava final inédita da Libertadores

Atlético-PR, Libertadores 2005, Chivas Guadalajara

Lima fez os dois gols do Atlético no Jalisco (divulgação)

Noite de quinta-feira, 30 de junho de 2005, invadindo a madrugada da sexta-feira, 1º de julho. Os dias em que Atlético confirmou seu gigantismo. Surpreendeu os que ainda não acreditavam na força do Furacão e do futebol paranaense: O rubro-negro da baixada, naquele momento, era um dos dois melhores times da América.

 

Não importava se antes o Chivas de Guadalajara havia goleado o Boca Juniors, um dos melhores times da década, no Jalisco. Bom, pelo menos não depois do jogo… Porque a partida foi sofrida. Chances perdidas de lado a lado,, com os mexicanos abrindo o placar e Lima fazendo dois gols para virar a favor do Rubro-negro. Que noite!

 

Antes disso

O Atlético foi para o México com tranquilidade. Fez um excelente resultado na Arena da Baixada, ao bater o Chivas por 3 a 0. Esta partida merece um destaque especial: Primeiro, Fernandinho voltou a entrar em campo após mais de dois meses afastado por lesão; segundo, por mais um gol de Aloísio; terceiro, pelo 3×0 em si.

 

Em um Caldeirão lotado, o Rubro-negro pôde contar com o apoio de sua torcida durante os 90 minutos. A arquibancada não se calou. Mas o time demorou a entrar em sintonia naquele jogo. O Atlético demonstrou muito nervosismo, com erros de passe, posicionamento e até briga entre os jogadores (Cocito e André Rocha trocaram agressões).

 

Apesar disso, o Furacão conseguiu abrir o placar aos 22 minutos. André Rocha aproveitou saída errada do Chivas, ficou com a bola pela direita, cruzou e Aloísio se antecipou para marcar de cabeça. 1 a 0.

 

Aos 43 minutos, saiu o segundo. Aloísio recebeu de costas para o gol, girou o corpo e foi derrubado. Na cobrança, Fernandinho bateu forte, a bola desviou na barreira e entrou. 2 a 0. No retorno do camisa 10 a campo, ele chegava ao centésimo jogo com a camisa rubro-negra e ainda marcava um gol de falta.

Fernandinho marcou o segundo do Atlético na Arena (divulgação)
Fernandinho foi um dos destaques no jogo de ida

O terceiro saiu na segunda etapa. Aos 33 minutos, Fabrício recebeu cobrança de falta rápida, avançou e chutou de fora da área. Golaço. 3 a 0. Placar muito bem encaminhado para o jogo de volta.

A expectativa por uma final brasileira também crescia, já que o São Paulo tinha vencido o River por 2 a 0.

A volta

O Atlético teve uma alteração no meio de campo: André Rocha ficou no banco para a entrada de Alan Bahia. O Chivas foi reforçado por jogadores que retornaram da Copa das Confederações, casos dos goleiros Sánchez e Corona, o zagueiro Salcido, o meia Ramón Morales e o atacante Alberto Medina.

 

Assim, o técnico Benjamim Galindo mandou o clube mexicano a campo com Sánchez; Rafael Medina, Rodriguez, García e Salcido; Morales (Vela), Sol, Alfaro (Peralta) e Alberto Medina (Magallón); Palencia e Bravo.

 

Já Antônio Lopes escalou Diego; Jancarlos, Danilo, Durval e Marcão; Cocito (Tiago Vieira), Alan Bahia, Fabrício e Fernandinho (Rocha); Lima (Ticão) e Aloísio.

 

Quando a bola rolou, o Atlético deixou o Chivas propor o jogo e buscou o gol nos contra-ataques. A melhor oportunidade foi aos 9 minutos, em bola parada, com Fabrício batendo falta pela direita no travessão do goleiro Sánchez.

 

Mas quem abriu o placar foi o time da casa. Na marca de 24 minutos, Morales recebeu lançamento pela direita e cruzou para trás, encontrando Palencia, que bateu de pé direito para fazer 1 a 0.

 

O Chivas passou a ter mais o controle da bola e apostar em chutes de longa distância. Mas só teve oportunidade de fazer o segundo gol perto do fim da primeira etapa. Sol recebeu lançamento nas costas da defesa, driblou Diego e teve de tocar pra trás, para Bravo na pequena área que arrematou, mas Danilo chegou antes para dar um carrinho e impedir o tento.

 

Antônio Lopes reclamou da marcação do Atlético no primeiro tempo, e fez mudanças no intervalo. O treinador tirou Fernandinho para a entrada de André Rocha, a fim de reforçar a marcação no meio.  Além disso, Cocito foi recuado para a zaga.

 

O Chivas deixou de ter tanto espaço, e o Furacão passou a controlar melhor o jogo. Mas faltava o gol de alívio. O grito para tranqüilizar a torcida atleticana. Esse gol saiu aos 23 minutos. Marcão arrancou pela esquerda, cruzou e Lima tocou de pé direito para empatar. Para comemorar. Para por dois pés e uma mão na final da Libertadores.

 

O time da casa precisaria fazer mais quatro gols se quisesse ir à final. Mas nada feito. Quem marcou foi o Furacão, de novo, aos 35 minutos. Em contra-golpe, Lima recebeu dentro da área, driblou García e bateu cruzado para fazer o segundo. 2 a 1.

 

O Chivas ainda tentou. Aos 40 minutos, Cocito cometeu pênalti e Palencia bateu para empatar a partida. Mas já era muito tarde para qualquer reação.

O Atlético faria uma inédita final brasileira com o São Paulo.

Só faltava definir o local do jogo de ida, no dia 6 de julho.