Com uma narrativa envolvente e delicada, o romance A Figueira convida o leitor a mergulhar nos sentimentos, silêncios e diálogos de duas mulheres unidas pela dor e pelo desejo de recomeçar. Escrito por Pedro Sguario, estudante de medicina de 19 anos, o livro será lançado no dia 2 de outubro, na Livraria da Vila do Shopping Pátio Batel, em Curitiba.
A obra nasceu durante o período de preparação de Sguario para o vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR), como uma forma de encontrar respiro em meio à pressão dos estudos. Admirador de Amy Winehouse, o autor se debruçou sobre os impactos da saúde mental em diferentes realidades — tema que se torna o fio condutor de sua narrativa.
Na trama, Alice e Maria Amélia se conhecem em um hospital psiquiátrico. Alice foi internada após os desdobramentos de uma gravidez na adolescência, enquanto Maria Amélia acredita que nunca mais deixará o local. Unidas pelo vazio e pela dor, as duas mulheres criam um vínculo profundo e traçam um plano de fuga.
Com estrutura em fluxo de consciência e narrativas alternadas, o livro se inspira em nomes como Virginia Woolf, Clarice Lispector e William Faulkner. Mais do que falar sobre sofrimento, Sguario propõe uma reflexão sobre a transformação humana.
“Trato muito sobre a dor e o trauma, que são universais. Mas, acima de tudo, falo da elaboração dessas experiências. Mais importante que o trauma é a mudança de perspectiva, a ressurreição que pode nascer dele. É um livro sobre ciclos, sobre renascimento”, explica o autor, que sonha em seguir carreira na psiquiatria.
A escolha por duas protagonistas mulheres também carrega uma intenção: refletir sobre a sensibilidade feminina no trato das emoções, sem recorrer a estereótipos. Sguario destaca o papel histórico das mulheres na abertura ao diálogo emocional e busca, com isso, fomentar discussões sobre cultura, gênero e saúde mental.
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