“Os sonhos nos abrem espaços mesmo quando nos mostram as clausuras estreitas em que nos colocamos. Ali temos uma gramática escondida que compõem o mundo que perdemos, que imaginamos, que desejamos
Atualiza com imagens e palavras o que ainda é possível desejar. O mais trágico é estar efetivamente neste quadrado de madeira e nem mesmo poder sonhar. O sonho é, portanto, um chamamento, um esforço de linguagem para reconstruirmos as geografias onde nos situamos.
Esta imagem do sonho de Kafka materializa de alguma maneira o que vivemos em nosso país nos últimos anos no governo Bolsonaro com tantas atrocidades que sofremos, somadas à tragédia que se abateu no mundo com a pandemia do vírus da Covid-19 que matou mais de 700 mil pessoas no Brasil.
Como registrar esta história? Um coletivo de psicanalistas propôs recolher sonhos durante estes tempos traumáticos no intuito de compor um documento de registro da produção onírica deste período.
Os sonhos como leituras possíveis da história. Este coletivo, que nomeamos, Inventário de Sonhos, foi composto por André de Oliveira Costa, Caroline Mortagua, Denise Mamede, Edson Luiz André de Sousa, Joana Horst, Luciano Bregalanti e Paulo Cesar Endo.
Reunimos 1257 sonhos que estão hoje arquivados e abertos ao público no Museu das Memórias (In)possíveis, do Instituto APPOA. Temos ali um material precioso para pesquisas e para podermos escrever a história deste tempo.”
📝 Sobre o autor: Edson Luiz André de Sousa é psicanalista, membro da APPOA. @edsonluizsousa
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