MULHERES NA PANDEMIA – EPISÓDIO 8 – MÃES E FILHAS NA PANDEMIA – 11/07/2020

MulheresnaPandemia,

Foi em meados de maio deste ano atípico e, mais ainda, distópico de 2020 que nasceu o MULHERES NA PANDEMIA. Ana Laura Prates já estava então confinada há dois meses com seus jovens filhos Gabriel e Luiza, e não paravam de chegar notícias a respeito da delicadíssima situação das mulheres enquanto cresciam as polêmicas em torno da quarentena necessária para nos proteger da Pandemia da COVID-19. Foi então que veio a ideia de criar um espaço para falar sobre isso. Foi muito fácil pensar em sua amiga e companheira Margarete Pedroso para uma parceria, já que se trata de fazer rede e fazermos juntas! Enquanto o mundo tomava medidas drásticas de segurança e proteção coletiva, no Brasil vivíamos um pandemônio, com propagação de ideias negacionistas e anti-científicas. Especificamente em relação às mulheres, vários aspectos até então invisíveis, embora bastante presentes, explicitaram-se: a jornada tripla, a distribuição desigual do trabalho doméstico e do cuidado com as crianças, a rede de mulheres entre as classes sociais, pouco ou não remunerada que viabiliza que a economia “não pare”, a exposição na linha de frente e na retaguarda das profissionais de saúde, etc. Além disso, estudos mostraram que o “lar”, naturalizado na sociedade ocidental burguesa como o “lugar da mulher” é, na verdade, o lugar mais ameaçador para mulheres: violência doméstica, assédios e o feminicídio aumentaram durante a quarentena. Por outro lado, não foram poucas as iniciativas que revelaram a importância da constituição de uma rede de apoio entre mulheres, a relevância da solidariedade e a construção paulatina da sororidade no lugar da centenária rivalidade para a qual somos educadas, e que faz parte do machismo estrutural muito mais presente entre nós do que muitas vezes supomos. Nesse sábado, o EPISÓDIO MULHERES NA PANDEMIA fecha um ciclo feito de improviso, com a cara e a coragem: um ato. Outro ciclo se abrirá a partir de 25/07. Para comemorar esse momento, convidamos nossas jovens filhas mulheres, confinadas com suas mães e irmã(o)s há 4 meses. Cheias de vida, planos e realizações, tiveram que ficar em casa e encontrar novas formas de estudar, trabalhar, criar, namorar, baladear e encontras amigues. Elas certamente vão querer perguntar como foi essa experiência para suas mães! Venham conversar e brindar com a gente!