Quando o sorteio dos confrontos das oitavas de finais da Copa Libertadores da América, realizado em Assunção, capital do Paraguai, no dia 14 de maio, colocou novamente, Athletico e Boca, no caminho para o título mais importante da América do Sul, talvez, a reação dos torcedores de ambas as equipes, ao visualizarem aquilo, foram as mais variáveis possíveis.
Afinal, os dois confrontos que haviam ocorrido anteriormente foram extremamente marcantes. O primeiro, uma vitória esmagadora do rubro-negro paranaense. Um placar de 3×0, e uma noite que estará eternizada na memória de muitos e que terá sua história passada por gerações.
Este placar fez com que o maior periódico esportivo da Argentina, o jornal Olé, dedicasse um espaço especial para o Furacão, em suas páginas.
A segunda, a revanche, e a vitória, de virada, por 2×1 dos argentinos, mostrando que no outro lado, tem uma camisa pesada, que merece ser respeitada por onde quer que esteja, e que dentro da sua casa, faz o adversário suar muito para sair de lá vitorioso.
Foram dois confrontos, marcantes. Não há outra palavra que melhor define, ou resume, o que foi os jogos da fase de grupos entre brasileiros e argentinos. Entre dois times que nunca haviam se enfrentado na história, e que se conheceram, deixando marcas profundas na alma de cada amante dos dois clubes.
São 12 finais de Libertadores que estarão no campo do Joaquim Américo, hoje a noite. E é só o primeiro capitulo desta nova história. Nova, em tempo, pois começou em 2019, mas também, Nova, em narrativa, pois serão dois jogos diferentes do que vimos no primeiro semestre de 2019. Afinal, daqui só um segue vivo para a disputa de mais título, e assim, poder alcançar A Glória Eterna.
A decisão definitiva entre Athletico e Boca será no dia 31, semana que vem, na Bombonera, em Buenos Aires, na Argentina. Quem passar deste duelo enfrentará o vencedor do jogoentre Olimpia e LDU. No primeiro jogo, ontem (23), entre paraguaios e equatorianos, a LDU venceu por 3×1, jogando em casa.
HISTÓRICO EM MATA-MATAS
O Athletico nunca foi eliminado por um estrangeiro em confrontos decisivos da Libertadores. Sem contar o ano de 2019, foram cinco participações no torneio. Em 2000, a queda foi nas oitavas para o Atlético Mineiro; em 2005, o vice-campeonato frente ao São Paulo; em 2017, mais uma perda nas oitavas contra o Santos. Em 2002 e 2014, o rubro-negro caiu na fase de grupos.
Por sua vez, a camisa pesada do time argentino tem em seu histórico em mata-matas de Libertadores, 18 confrontos contra equipes brasileiras, são 15 vitórias e três derrotas. As três derrotas foram para Santos (1963), Corinthians (2012) e Fluminense (2008). Os paulistas venceram os argentinos nas final, e o Fluminense, venceu em uma fase semi-final.
SOBRE OS TIMES
ATHLETICO
A última vez que o time chegou nas oitavas de finais da Copa Libertadores foi em 2017. Naquele ano, o Furacão enfrentou o Santos, nesta fase do campeonato. No primeiro jogo, realizado na Vila Capanema, o time mandante perdeu por 3×2. Sua eliminação foi concretizada após uma nova derrota, por 1×0, no litoral paulista.
Naquela época, a fase final da Liga Mundial de Vôlei aconteceu em Curitiba, justamente, no estádio do Athletico. Com isto, o jogo das oitavas que aconteceu no mesmo período do campeonato mundial, teve de ser realizado em outro local. Na época, o desconforto entre torcedores e diretoria era bem evidente, visto que, uma decisão deste porte não pode ser realizada dentro do domínio esperado.
Porém, desta vez, a situação promete ser outra. Pois, o rubro-negro contará com este reforço mais do que especial: a Arena da Baixada. Esta é uma dos diferenciais, se comparado com 2017, que levará o torcedor atleticano a sua casa, na noite desta quarta-feira, além disto, a última semana tem sido mágica para os amantes do Athletico.
Classificado para as semi-finais da Copa do Brasil, vindo de goleada no último jogo do campeonato brasileiro e consolidando a primeira vitória, fora de casa, do time principal no ano, contratações de peso com os laterais esquerdos, Abner Vinícius e Adriano, e claro, o momento de trégua entre torcedores e diretoria.
Para esta noite, a torcida organizada estará com seus materiais liberados para fazer aquilo que sempre foi a marca da Arena da Baixada: o caldeirão. Faixas, adereços, bateria, e tudo mais que for permitido dentro do regulamento da CONMEBOL em relação à Copa Libertadores, além disto, diversas atividades estarão sendo feitas para aquecer o público na noite desta quarta e prepará-los para o jogo mais importante do calendário athleticano, até o presente momento, em 2019.
Dentro de campo, o time que foi poupado no último final de semana no jogo contra o CSA, e que enfrentou o Flamengo, na última quarta-feira (17), será a base para a noite de hoje. Somente dois nomes serão diferentes. O volante Lucho González entra no lugar do suspenso Wellington, expulso no último jogo da fase de grupos, contra o Boca, na Argentina, e o zagueiro recém contratado, e inscrito no campeonato, Pedro Henrique, serão os titulares.
Athletico: Santos; Jonathan, Pedro Henrique, Léo Pereira, Márcio Azevedo; Lucho González, Bruno Guimarães, Nikão, Rony, Marcelo; Marco Rubén.
Técnico: Tiago Nunes
BOCA JUNIORS
A última partida do time argentino, disputada de forma oficial, já tem mais de um mês. Trata-se da final da Copa da Superliga Argentina, no dia 02 de junho, contra o Tigres. As memórias para o torcedor xeneize não são as melhores, pois, naquele dia, o time foi derrotado por 2×0 e consequentemente, perdeu o título do torneio para o rival.
Detalhe: o Tigres foi rebaixado para a 2ª divisão do campeonato nacional, na última temporada, e com a conquista da taça, garantiu o direito de disputar a Copa Libertadores do ano de 2020.
Diferente do calendário brasileiro, os argentinos, seguem o modelo europeu, ou seja, neste período de Copa América, os times do país vizinho se prepararam para o inicio da temporada e as competições que serão realizadas nos anos de 2019 e 2020. A pré-temporada do time foi realizada nos Estados Unidos e México, e foram disputados quatro amistosos: o saldo foi de três vitórias (América – MEX, Chivas – MEX, Atlético Tucuman – ARG) e uma derrota (Tijuana – MEX). Portanto, este será o primeiro jogo oficial da temporada do detentor de seis títulos do maior torneio continental da América do Sul.
O time titular do Boca Juniors será diferente daquele que já enfrentou o mesmo Athletico, para o confronto de logo mais. Com os desfalques do atacante, Benedetto, que sofreu uma lesão no último amistoso da pré-temporada dos argentinos e tem negociado com o Olympique de Marseille, correndo o risco de ser transferido até o fim do mês, e os zagueiros, Carlos Izquierdoz, suspenso, e, Lisandro López, lesionado por mais 10 dias, obrigará ao técnico Gustavo Alfaro, escalar os zagueiros, Junior Alonso e Paolo Goltz, reservas da equipe.
Em contra-partida, os recém contratados, meia atacante, Alexis Macallister, e os atacantes Jan Hurtado e Eduardo Salvio, este último, ex-Benfica e jogador da Argentina na Copa do Mundo, foram contratados para esta temporada e já devem estar disponíveis para a primeira partida da chave, em Curitiba.
Boca: Andrada; Welgandt (Buffarini), Goltz, Alonso, Más; Nández, Marcone, Capaldo (Villa); Alexis MacAllister, Zárate (Carlitos Tevez), Ábila.
Técnico: Gustavo Alfaro
ARBITRAGEM
Árbitro: Daniel Fedorczuk (Uruguai)
Assistente 1: Nicolas Taran (Uruguai)
Assistente 2: Miguel A. Nievas (Uruguai)
VAR: Andrés Rojas (Colômbia)
